quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

.passaportas

deixaste meu cais triste

com terra seca no solado

pra chegar em porto alegre

pra pisar bem em gramado


uma folha em branco e verso

escrito no coração

te amo e volta logo

deixa eu sozinho não


manda um postal selado

mas selado de batom

chegando aqui eu respondo

em alto e bom som


que minha terra é forte

mais é a minha saudade

minha alma é que é fraca

mesmo sendo mocidade


num mar sereno viaja

num vento amigo plana

meu amor fraquinho-forte

meu amor é caldo e cana.


atravessa o sertão inteiro

sobe a serra, enfrenta a chuva

amor de partida, partido

amor de maçã, pera e uva


amor que é fera ferida

amor que é doença e saúde

amor demoníaco e divino

amor de pandeiro e alaúde


amor de virtude e pecado

amor de bota e batina

amor que é um nó cego

só amor ata e desatina


volta nua para mim

ilegal, sem passaporte

de mãos dadas, sempre juntos

a gente escapa da morte


morrer é não ter amor

amar é sempre estar vivo

amor acaba em poema

poema termina quando

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

[.desloucamento]

mover-se, penetrar o espaço arrancar sombras espelhadas conhecer o solo, pisar forte, anunciar a queda arriscar o teu salto incerto da ...