tememos sempre o desconhecido
paro, portanto, diante do abismo
o pé esquerdo meio passo adiante
e retorno o olhar às minhas pegadas
o passado toca meu calcanhar
sinto seu peso sobre minha sombra
o vento embaraça minhas ideias
mas não o que sinto dentro de mim
lanço-me em teus braços como um devoto
da esperança que te veste inteira
num collant brilhoso que acentua
a anatomia do teu corpo alado
fecho os olhos e consigo ver tudo
a queda, ela é sempre inevitável
mas a acrobacia é esse aprender
a dançar com o perigo e a morte
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