domingo, 11 de setembro de 2016

[.abismar-se]

tememos sempre o desconhecido
paro, portanto, diante do abismo
o pé esquerdo meio passo adiante
e retorno o olhar às minhas pegadas

o passado toca meu calcanhar
sinto seu peso sobre minha sombra
o vento embaraça minhas ideias
mas não o que sinto dentro de mim

lanço-me em teus braços como um devoto
da esperança que te veste inteira
num collant brilhoso que acentua
a anatomia do teu corpo alado

fecho os olhos e consigo ver tudo
a queda, ela é sempre inevitável
mas a acrobacia é esse aprender
a dançar com o perigo e a morte


[.desloucamento]

mover-se, penetrar o espaço arrancar sombras espelhadas conhecer o solo, pisar forte, anunciar a queda arriscar o teu salto incerto da ...